quinta-feira, 26 de maio de 2011

O negócio é curtir o momento. O resto é resto.

O ontem já era. O amanhã não é certeza. O que temos de real é só o hoje. Ou talvez nem isso. O que temos mesmo é o momento de agora. Curto mesmo. Eu tenho mesmo é que aproveitar. Bobagem pensar que existe algo além daquilo que se vive no aqui e no agora. É o instante! Piscou, já foi. Virou sombra na neblina.

E o que está feito, está feito. Não há como consertar ou voltar atrás numa atitude tomada. É bobagem se arrepender. Para que existe a culpa? Só para te deixar com um sentimento de peso e de remorso. Bobagem, novamente, bobagem, eu digo. Quem se arrepende do que faz, tem medo de viver; viva e deixe acontecer, eu sempre repito.

E o futuro? Ah! Quem pode adivinhar o que o futuro nos reserva? Outra bobagem. Para quê se preocupar tanto com o dia de amanhã, com a próxima hora, se você pode ter um ataque do coração e cair durinho daqui a cinco minutos? Quem garante o que te espera? E quem é que diz se algo te espera? É tudo ilusão, meu chapa. Se você vive preocupado com tudo isso, você não vive o agora. Se você gasta seus neurônios sobre como as pessoas vão reagir, você perde tempo. Faça o que você quer. E assuma o que você faz.

Não há futuro deprimente ou utopia a ser construída. Pouco me importa as gerações futuras. Ninguém me garante que elas existirão. Para que eu vou me privar de viver e de gozar a vida em plenitude por conta delas?

Tenho amigos que são religiosos. De várias seitas e denominações. De várias linhas, doutrinas e enganações. Respeito a ignorância e a ilusão deles. Afinal cada um vive (ou deixa de viver) como quiser. Mas já deixei claro. Não venham tentar me convencer desse papo de Deus, de Evangelho, de Juízo Final, de Reino ou de pastoral. Cada um na sua, eu penso. Nem dou abertura para a conversa.

Cara que segue religião é muito reprimido. Não curte as coisas boas. É tudo pecado. Não pode sexo, não pode bebida, não pode ter ambição, não pode querer se dar bem. E se for pra se dar bem, que seja de maneira ética. Ah! Para com isso, né? Se o sujeito está me atrapalhando para eu me sair bem, eu chego com os dois pés no peito. Não venham com conversinha mole. Se tiver uma vaga e estamos ele e eu na disputa, nunca ninguém vai me ver dar a vez. Dou rasteira, derrubo e piso na cabeça. É uma oportunidade boa? É minha.

E eu gosto de coisas boas sim. Não entro nesse negócio de comércio popular não. Minhas coisas são de grife, porque curto qualidade. E além disso, a marca faz o homem. Não dá para catar mulher vestido que nem um Zé Mané qualquer. Absurdo pensar diferente disso.

Academia? Claro, né? Eu me vendo para o mundo por aquilo que eu sou. E o que eu sou está na minha aparência. E se precisar tomar umas bombas, por que não? Tem camarada que ficou forte que nem cavalo. Vou logo eu querer ficar para trás?

É isso então que eu queria dizer para vocês. Não se enganem, portanto. E volto a repetir: não há futuro; passado já era; presente é o que vale. Gozem e gastem a vida além dos limites. Ela é só uma mesmo e tem que aproveitar!”.

Penso que um grande desafio pastoral que temos é trabalhar este tipo de conceito e discurso que existe sobre as juventudes. Não há como negar que existam jovens que pensem assim, como não há também como acreditar que sejam todos desta maneira. Como disse bem João Batista Libânio no excelente livro “Para onde vai a juventude”, o que existem são tendências.

E, se são tendências, são possíveis de serem trabalhadas. Quais respostas seriam possíveis para o jovem fictício da história acima? Será possível fazer com que ele enxergue além dos limites da própria de visão? Como fazê-lo perceber os valores históricos do passado, a utopia a ser construída no futuro e os valores éticos para o presente? E nós, da Pastoral da Juventude, estamos preparados para dialogar com este perfil de jovem?

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