sexta-feira, 27 de abril de 2012

Alguem disse que outra pessoa disse

Eu acompanhei há uns meses uma assembleia de Pastoral da Juventude. Eles usaram o método Ver Julgar Agir para organizar a atividade. Estive presente nos dois primeiros momentos. No levantamento da realidade, os jovens (todos de grupos de base) eram convidados, entre outras coisas, a escreverem num papelzinho uma coisa boa que existia em seu grupo e uma coisa ruim.

Espantou-me, a princípio, ao ver que em mais da metade dos grupos foi apresentada a fofoca como sendo uma das coisas ruins que existiam em seus grupos. Digo que fiquei espantado inicialmente, mas depois pude refletir melhor e ver que não é tão espantoso assim.

O que é a tal da fofoca? Fofocar é falar, comentar, especular sobre a vida de outras pessoas, sem o compromisso com fatos concretos, apenas com a própria opinião. É como se fosse um achismo sobre a vida alheia, sem que o alheio fosse consultado a respeito.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Amores pejoteiros

Era uma manhã de domingo e ele acordou antes dela. Os raios de Sol já entravam pelas frestas da janela e ajudaram a iluminar um pouco mais o quarto. Com um pouco de luz ele pôde ver o rosto dela e sorriu. Era como se um filme passasse diante dos seus olhos e o final era feliz.

Ele se julgou um cara com muita sorte. Não acreditava que fosse cheio de qualidades a ponto de ter conquistado o carinho daquela moça. Era certo, porém, que deveria ter algumas sim. E, possivelmente, seriam as qualidades que ela mais apreciava. Afinal já eram alguns anos de convivência em comum e de casamento.

Em sua cabeça era como se todos estes anos fossem dias que aconteceram nas últimas semanas. Tudo foi tão intenso e tão bacana que até as dificuldades passadas serviram para fortalecer ainda mais aquela união.

Ele se recorda bem (e faz questão de valorizar a boa memória que diz cultivar) que foi numa tarde ao lado da catedral que ele a viu pela primeira vez. Lembra que fez questão de ajudá-la porque ela parecia perdida e procurava por alguém. Quem sabe ela não estaria interessada em participar da PJ? E estava. Ela procurava por seu melhor amigo que, semanas antes, a tinha chamado para participar daquela reunião de rearticulação da PJ diocesana.

terça-feira, 10 de abril de 2012

E se não existisse a PJ?

Passamos a pouco pela Semana Santa e quero crer que para muitos de vocês que leem este texto, foram dias de boas e relevantes reflexões. O tríduo pascal reúne as celebrações mais importantes da nossa fé cristã. E nos faz pensar sobre os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus.

Para mim, em particular, estes dias me fazem pensar que, apesar da dor, apesar das tristezas ou do sacrifício, a morte não tem a última palavra. Ela não é o fim das coisas. A vida prevalece afinal. A proposta boa de Jesus não poderia morrer e ficar sepultada naquele buraco na pedra. Não era possível que a morte dominasse Jesus, como lembra Pedro no discurso após o Pentecostes.

O que estaríamos fazendo hoje se a notícia da ressurreição não tivesse se espalhado pelo mundo? É possível que muito de nossa linguagem cultural, simbólica e política seria bem diferente. Mesmo entre aqueles que não creem, a influência cristã é relevante. Nossa sociedade é bem marcada por esta história. Sem a ressurreição toda nossa fé é vazia. E, claro, não existiria também a PJ.

Fazer o exercício do que seria o mundo sem o cristianismo já foi tema de livros e teses. Daria assunto para muita conversa. E se restringíssemos nosso olhar? O que seria um mundo sem PJ? Como você que lê este texto reagiria?