quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A PJ peregrina na JMJ 2013


Ouvi uma definição há alguns dias que acho que cabe bem sobre aquilo que penso a respeito da Jornada Mundial da Juventude. JMJ é um evento. E evento é vento. Vento alivia alguns, é brisa para estes e furacão para aqueles. Se bem planejado, pode virar energia, mas para isso é preciso investimentos anteriores de infraestrutura. E não é em todo lugar que encontramos gente disposta a investir.

Sim, teremos pejoteiros na JMJ do Rio de Janeiro. E creio que é nossa tarefa que sejam preparados bem para estarem lá. Na cabeça de alguns jovens que eu conheço trata-se de um encontro dos jovens com o Papa. Ainda mais agora que será o primeiro grande evento do novo Papa. Mas é claro que não é isso.


Vejamos o que própria organização da JMJ diz a respeito: "Mais que um encontro que reúne milhares ou mesmo milhões de jovens, a Jornada Mundial da Juventude dá testemunho de uma Igreja viva e em constante renovação. São eles, os jovens, os protagonistas desse grande encontro de fé, esperança e unidade. Ela tem como objetivo principal dar a conhecer a todos os jovens do mundo a mensagem de Cristo, mas é verdade também que, através deles, o ‘rosto’ jovem de Cristo se mostra ao mundo".

Há quem diga que um evento que reúne milhões de pessoas serve unicamente para mostrar o potencial de mobilização da instituição que criou o evento. Sim, haverá aqueles que dirão que a Igreja Católica tem um rosto jovem pelo fato de reunir tantas pessoas numa atividade assim. Mas quem disser isto estará enganado. Os números impressionam, mas eles não são a parte fundamental. Jovens esclarecidos não topariam ir para um evento só para ser parte de uma estatística. É preciso ir além.

Quem for, encontrará um evento pronto, com espaço somente de participação. As catequeses, vigílias, caminhadas e celebrações já estão prontas, não possibilitando momentos de criatividade por parte dos jovens peregrinos, pelo menos na programação oficial. Do ponto de vista pastoral, portanto, não é atividade para se desenvolver o protagonismo juvenil. É, como disse, espaço de pura e simples participação.

Então, se o jovem pejoteiro não quer se tornar um número, como muitos irão dizer, e se a jovem pejoteira sabe que não será protagonista no encontro, justamente porque não ajudou a criar o evento, por que ir à Jornada Mundial da Juventude?

Porque é um momento ímpar de celebração e de intercâmbio cultural. Engana-se quem acha que somente um rosto juvenil estará presente na JMJ. Serão expressões das mais diversas formas e de muitas diferentes origens. Umas parecerão com o jeito pejoteiro de ser, enquanto muitas outras serão bem diferentes. Engana-se muito mais profundamente quem acredita que a JMJ irá formatar e unificar o rosto juvenil da Igreja. Os rostos são muitos e diversificados. Ninguém consegue impedir a ação do Espírito Santo.

O cenário hoje, portanto, é muito plural. Quando se observa a realidade, a PJ é uma entre tantas manifestações religiosas a serviço da evangelização da juventude. Claro que isto não tira nosso valor. Sei do nosso potencial e da capacidade sempre renovada desta turma pejoteira. E, por isso, eu digo que devemos manter o olhar no horizonte, mas os pés no chão. Foco naquilo que fazemos bem. Foco naquilo que caracteriza nossa identidade. Nossa contribuição é ímpar e importantíssima. E é um enorme diferencial nestas horas.

Veja a JMJ. Não é um evento com jeitão pejoteiro, temos pouca ou nenhuma influência no cronograma oficial, mas precisamos estar lá. Por quê? Para dizer que a proposta toda da jornada gira em torno de decisões e conversões pessoais, mas que este é só um primeiro passo. Para mudanças efetivas, precisamos articular quem quer ver as mudanças acontecerem. E isto só se dá através de um bom e efetivo trabalho pastoral. É essa a nossa marca. É nisso que temos experiência. É o nosso trabalho no pós-jornada.

Mas e para o agora? Como deixar um ar pejoteiro na JMJ 2013? Se você conhece alguém que vai, ajude este jovem a se preparar bem. Converse com ele sobre as temáticas juvenis. Explique que não é só um encontro para ver o papa. Fale com ele sobre o ser missionário, o ser discípulo, a importância do testemunho pessoal e sobre o Reino de Deus.

Se em sua diocese vai acontecer a Semana Missionária esta é a oportunidade de ouro para se dar a maior contribuição pejoteira para a Jornada Mundial da Juventude. Veja quem está organizando por aí. Tente pautar locais de missão para que os peregrinos possam conhecer a realidade da juventude. Tente trazer manifestações culturais típicas de sua localidade, cidade, região ou estado.

Acolha muito bem os peregrinos. O calor humano que o povo pejoteiro tem é enorme. Transmita este afeto aos jovens que encontrar. “Eu era estrangeiro, e me receberam em sua casa” (Mt 25,35). Mostre a eles a cultura e a expressão religiosa do povo brasileiro. E no fundo não importa se você vai ou não. Se você terá ou não contato com os peregrinos estrangeiros. Pejoteiro é povo peregrino, missionário e discípulo de Jesus. Seja aqui, seja lá, seja em qualquer lugar.

Um comentário:

  1. Jorge Alexandre Oliveira Alves15 de julho de 2013 às 10:57

    Muito bom. O espírito é esse mesmo!!! valeu!

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